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Consiências da violência contra mulher.

A violência contra a mulher ainda é um problema fortemente enraizado no mundo. Ela não é exclusividade de alguns países e de algumas culturas, na verdade, é resultado de uma cultura patriarcal que está vinculada aos fundamentos de nossa sociedade.

A violência contra a mulher expressa-se de várias maneiras, desde o estupro até a violência psicológica, e as consequências são terríveis para as vítimas, podendo levá-las à morte. Por isso, precisa ser combatida com veemência e urgência.

Narrativas como o Mito de Pandora e a criação bíblica do homem e da mulher, apesar de parecerem inocentes, acabam legitimando e fundamentando a cultura misógina, a grande responsável pela violência contra a mulher. Na Idade Média, momento de grande poder da Igreja Católica na Europa, a caça às bruxas foi a narrativa mais difundida para legitimar-se a perseguição, a tortura e a morte de mulheres.

E um motivo de preocupação é que a violência contra a mulher está tão naturalizada em nossa cultura, que, muitas vezes, é imperceptível. Não falamos aqui da violência física ou psicológica provocada por um homem sobre uma mulher, mas de uma violência simbólica que se materializa, por exemplo, pela pressão estética que a mulher vive em nossa sociedade. A mulher é pressionada a estar sempre arrumada, “impecável”, para causar uma boa impressão.

Quando falamos em violência contra a mulher, pensamos apenas em agressões físicas. No entanto, os tipos de violência praticados contra mulheres não se resumem à agressão que resulta em lesão corporal.

A Lei Maria da Penha, dispositivo legal que dispõe a favor da punição de agressores em casos de violência doméstica, discrimina cinco tipos de violência que podem ser praticados contra a mulher. São eles:

Violência física: é a agressão física, o atentado contra a integridade física, podendo ou não resultar em lesão corporal.

Violência psicológica: ações que causem danos psicológicos à mulher, como ameaças, chantagem, humilhação, perseguição, controle etc.

Violência sexual: é um tema delicado. A nossa sociedade vê a violência sexual apenas como o estupro praticado por um maníaco sexual. No entanto, ela é algo mais amplo, e o estuprador pode ser qualquer homem que obrigue e coaja mulheres a participarem ou presenciarem relações sexuais; pratique assédio sexual; impeça a mulher de usar contraceptivos; retire o preservativo durante o ato sexual sem que a mulher perceba; induza uma mulher a praticar aborto sem que seja da vontade dela; exponha e divulgue imagens íntimas da mulher; e explore a mulher sexualmente por meio da prostituição.

Violência moral: quando a imagem da mulher é atacada, por sua condição de mulher, por meio de calúnia e difamação.

Violência patrimonial: quando a mulher tem seus bens restringidos, subtraídos ou controlados pelo homem, retirando-se dela a liberdade financeira.

As consequências da violência contra a mulher são inúmeras. Em geral, as vítimas são acometidas por quadros de ansiedade, depressão e síndrome do pânico, que pode levá-las a quadros de suicídio.

Já as sequelas físicas resultantes de agressões são as mais variadas, vão desde pequenas lesões corporais até danos físicos permanentes, como queimaduras, fraturas e paraplegia. Tudo depende da intensidade das agressões e do tempo em que a vítima foi submetida à agressão. Em alguns casos, o agressor chega a assassinar a sua vítima se nenhuma medida punitiva for tomada contra ele.

Como consequências sociais nós temos a sobrecarga do sistema de saúde, que trata as vítimas de suas sequelas físicas e emocionais, sobrecarga das forças policiais ostensivas, que têm que atuar na contenção dos agressores, e dos sistemas judiciais, que têm que mover os processos de agressão quando os casos de violência são denunciados.

Também percebemos um atraso social enorme resultante do machismo e da cultura patriarcal, que dificulta a ascensão das mulheres em suas carreiras, o que representa menos dinheiro circulando e menos talentos operando nos setores técnicos, científicos, operacionais, educacionais, comerciais etc.

E este é um quadro que devemos, todas juntas, lutar para mudar, para transformar. Uma sociedade pacifica, igualitária e respeitosa é, sim, possível. Desde que essa luta seja de todas nós, porque quando uma se cala, todas perdem a voz.

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